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quarta-feira, 24 de março de 2010

Hospital Mazzorra, Cuba: 26 assassinados


Quando alguém abrir a boca para falar da excelência da saúde e educação em Cuba, peça-lhe explicações sobre estes cadáveres mortos a míngua, de fome e de frio.

"Lula sabe desde há muitos anos que em nosso país jamais se torturou ninguém, jamais se ordenou o assassinato de um adversário, jamais se mentiu ao povo". (Fidel Castro Ruz em "Reflexões")

Há exatamente um mês morria, em decorrência de uma greve de fome de 83 dias, o preso político cubano Orlando Zapata Tamayo. Sua morte suscitou indignação mundial mas a reação das esquerdas veio mais rápida do que a atenção os apelos feitos durante meses, para que a ditadura atendesse suas solicitações. Da calúnia de que Zapata exigia "telefone, televisão e cozinha" na sua cela, passou-se à difamação daquele que já não podia se defender.

Dias depois desta morte ter ganhado as manchetes mundiais, o Granma, jornal oficial da ditadura, utilizou o seu mais subserviente articulista, Enrique Ubieta, para difamar Zapata, onde dentre outras coisas ele lança esta pérola: "É difícil morrer em Cuba, não porque as expectativas de vida sejam as do Primeiro Mundo - ninguém morre de fome, em que pese a carência de recursos, nem de enfermidades curáveis -, senão porque impera a lei e a honra". Mas não foi o que disse o folclórico Panfilo, que diante das câmeras de televisão berrava que o problema de Cuba era a fome e que acabou lhe rendendo um confinamento no Hospital Mazorra.

E no Estadão do dia 23.03, leio que a deputada Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) encampou uma moção de apoio a Cuba. A enfurecida comunista sentencia: "Na verdade, os virulentos ataques a Cuba escondem um alvo maior, que são as conquistas de governos populares comprometidos com a democracia e a justiça social das grandes maiorias de nossa América". Dona Grazziotin insiste em bater na mesma tecla parida pelos ditadores Raúl e Fidel, e seu capacho das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, de que existe "uma insistente campanha promovida por meios de comunicação intransigentemente comprometidos com a desinformação".

Ora, dona Grazziotin "esquece" que desinformação faz parte da práxis comunista, quer seja no Brasil, em Cuba, na Rússia ou na Venezuela, então, nada melhor do que lançar nos outros a culpa que lhe cabe, pois disso ela entende bem. A matéria fecha com chave de ouro essas declarações da deputada comunista: "A revolução cubana é marcada por um bem sucedido processo de transformações políticas, econômicas e sociais caracterizadas nas condições de vida do seu povo, principalmente na saúde e educação. Por obra da mídia mercantil, do seu bloqueio informativo, nada disso chega aos leitores e telespectadores brasileiros".

Grifei a última frase deste parágrafo porque concordo integralmente com ele, ressaltando apenas que, por obra da infiltração comunista nas redações de jornais há décadas, é que o povo não sabe o que se passa de fato naquela ilha amaldiçoada, sobretudo em relação à falácia da excelência na educação e saúde cubana pós-revolução castrista. Por mais que se diga e prove a mentira rotunda desses "sucessos", é preciso ir mais além e provar com fotos o quanto esta gente é mentirosa.

Em princípio de janeiro deste ano ocorreu um massacre no Hospital Psiquiátrico de Havana, também chamado de "Hospital Mazorra", conhecido por ser um campo de tortura de presos políticos e de consciência desde o começo da ditadura na década de 60. Ali se faziam - e fazem até hoje - experiências com seres humanos que apenas discordam das práticas e ideologia do regime ditatorial. Por ele passaram presos famosos como Armando Valladares, onde serviam, como nos campos de concentração nazista, de experimento para os mais hediondos crimes. Quando inaugurei o blog "Observatorio brasileño" a primeira postagem foi dedicada a este hospital. Para que se compreenda um pouco do que vou relatar a seguir, sugiro a leitura do artigo "¡¡¡Monstruos!!!", publicado em janeiro de 2009.

No dia 13 de janeiro deste ano o site "Penultimos días" publicou uma nota dando conta de que em Havana corria a notícia de que haviam morrido internos do Hospital Mazorra. Fontes que trabalhavam no hospital e que por razões óbvias não quiseram se identificar, disseram que 31 pacientes haviam morrido de fome e frio, entre os dias 9 e 12 daquele mês. Ainda segundo essas fontes, os trabalhadores do hospital tinham desviado para o mercado negro boa parte dos alimentos destinados aos pacientes.

Como a notícia já havia se espalhado, no dia 16 o governo emitiu uma nota através do "Granma", na qual tenta eximir-se da responsabilidade criminosa imputando a culpa aos próprios defuntos. Leiam o que diz a nota do Ministério da Saúde:

"No Hospital Psiquiátrico de Havana, que dispõe de 2.500 leitos, produziu-se durante a última semana um incremento da mortalidade dos pacientes internados. No total, reportam-se 26 falecidos.

Estes fatos estão vinculados com as baixas temperaturas de caráter prolongado que se apresentaram (de até 3,6 graus centígrados em Boyeros, onde se localiza o hospital) e a fatores de risco próprios dos pacientes com enfermidades psiquiátricas, a natural deterioração biológica devido ao envelhecimento, infecções respiratórias em um ano onde esta enfermidade mostra um comportamento epidêmico e as complicações de afecções crônicas presentes em muitos deles, fundamentalmente cardiovasculares e câncer". Um paciente psiquiátrico não tem necessariamente que ter problemas de saúde física, a não ser que ele seja exposto a algum risco, tal como aconteceu, de dormir num frio de menos de 4º sem um cobertor, e além do mais com fome!

Como pode-se atestar, a culpa não é da incompetência dos médicos, enfermeiros e demais funcionários do hospital, e nem muito menos irresponsabilidade criminosa do governo que deveria manter aquele nosocômio em condições de funcionamento, mas dos pacientes que são "velhos" e com "doenças degenerativas" que fatalmente os levaria ao óbito.

A questão fica ainda mais grave, uma vez que este fato calamitoso não ocorreu somente no Mazorra, mas também no hospital psiquiátrico conhecido como "Quinta Canaria" e num Lar de Anciãos no município central de Havana. Os médicos que estão sendo acusados de negligência por essas mortes, Dr. Wilfredo Castillo, Ivo Noa González e Roberto Masa defendem-se, dizendo que não vão ser os "bodes expiatórios" do desastre do sistema de saúde cubano. Eles acusam diretamente o ministro José Ramón Balaguer que, segundo informaram, "tinha um informe completo de todas as deficiências e carências do Hospital, desde os alimentos até material de higiene e limpeza, lençóis, toalhas, etc., e o mais importante: dos 325 medicamentos fundamentais que o hospital consome, 92 encontram-se em falta".

Quer dizer, como todos sabemos, a "excelência" da medicina cubana só existe para ser exportada para países miseráveis como o Haiti, onde os pacientes são cobaias nas mãos de incompetentes médicos que aleijam, cegam, deformam e matam pessoas sem importância e sem recursos que nunca vão processá-los pelos crimes que cometem. Quando Fidel Castro adoeceu, onde estavam os excepcionais médicos cubanos? Foi necessário importar um da Espanha para tentar consertar a porcaria que eles fizeram e que quase acabou com a porca vida deste assassino. Quando dona Dilma ficou doente, foi buscar tratamento em Cuba? Não! E quando o Sr. da Silva tem algum chilique, vai a um posto do SUS ou à Cuba? Não! Eles buscam o hospital mais caro do país, o Sírio Libanês, porque SABEM que mentem vergonhosamente sobre uma eficácia e excelência em médicos e hospitais que não existe, e que só servem para atender o pobre coitado que não tem que lhe chore a perda!

As fotos que vocês vêem neste artigo falam mais do que as mentiras pregadas pelos comunistas defensores da miséria para os outros, como esta deputada do PCdoB. Ela sabe que mente, ela sabe que em Cuba se cometem crimes de toda ordem contra um povo que clama no deserto. Portanto, quando alguém abrir a boca para falar da excelência da saúde e educação em Cuba, peça-lhe explicações sobre estes cadáveres mortos a míngua, de fome e de frio, e que a imprensa brasileira não quer que o povo tome conhecimento.


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