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terça-feira, 23 de março de 2010

Direito de Resposta da Associação Amigos da Torá

Nos últimos dias se criou em Campina Grande uma situação um tanto inesperada devido a repercussão de uma matéria do Jornal Diário da Borborema, de autoria do Jornalista Antônio Ribeiro, veicula no dia 10 de março do corrente ano. Situação essa que gerou uma discussão entre o jornalista responsável e o presidente de uma entidade que se declara judaica em Campina Grande, a Associação Amigos da Torá, que tem a frente o Sr. Davi Meneses.
Tudo começou a partir da participação de um dos entrevistados na matéria do DB, que é apresentado pela reportagem como um líder judaico, fato questionado por Davi, que afirma que o tal entrevistado, Damião Rodrigues não é judeu, nem muito menos líder da comunidade judaica na localidade. O presidente da Amigos da Torá também vai de encontro com as opiniões dadas por Damião na matéria, as quais para Davi são sem fundamento com os princípios estabelecidos pelo livro sagrado judaico.
Já o jornalista Antônio Ribeiro diz que a causa da revolta do senhor Davi é devido a sua decisão em escolher outro nome para falar como representante judeu na sua matéria e não a Davi Meneses.
O site da Visão Nacional para a Consciência Cristã - VINACC buscando entender melhor toda a história realizou entrevistas com os dois envolvidos na questão, Antônio e Davi, as quais resultaram em uma matéria imparcial, que apenas descreve o fato e as falas dos mesmos visando tão somente o conhecimento verídico, por parte dos leitores do site de tal ocorrido.
Com a divulgação na íntegra das duas entrevistas e a matéria feita a partir delas, o vice-presidente em exercício da Associação Amigos da Tora, Flávio Jorge Miranda Pimentel procurou a assessoria da VINACC requerendo direito de resposta, através de uma Carta Pública de Repúdio a fala de Antônio Ribeiro, que segundo Miranda Pimentel ofendeu o senhor Davi e a entidade judaica.
O site da VINACC, como um veículo de informação democrático permite que a população possa conhecer o conteúdo da Carta, desde que fique claro que a VINACC não compartilha das opiniões contidas no documento como também não se coloca contra nem a favor de nenhuma das partes envolvidas. O trabalho da entidade cristã no seu site é absolutamente informativo, resta ao público fazer suas avaliações e julgamentos de valores.
A VINACC ressalta também, que assim como esse espaço foi aberto para o direito de resposta da Associação Judaica, também estar a disposição do jornalista Antônio Ribeiro, caso esse deseje. No mais, essa será a última manifestação a esse respeito no site da VINACC, conforme deliberação da diretoria da entidade.

Leia abaixo a Carta emitida pela Associação Amigos da Torá:

CARTA PÚBLICA DE REPÚDIO!

“Ninguém atira pedras em árvores que não dá frutos”
(sabedoria judaica)

A Associação Judaica Amigos da Torá, é uma instituição civilmente registrada nos órgãos públicos competentes municipais, estadual e nacional, possuidora de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e de registro e autorização de funcionamento junto à Prefeitura Municipal de Campina Grande. Somos uma entidade sem fins lucrativos de cunho cultural e religioso, situada na Rua Flórida, Bairro das Nações, nesta cidade. É composta por muitos cidadãos de bens: empresários, engenheiros, professores, domésticas, historiadores, enfermeiros, estudantes, advogados, escritores, químicos, comerciantes, comerciários, funcionários públicos, biólogos e profissionais liberais, todos os cidadãos de bem e de condutas ilibadas, e que se sentem atingidos pelas injúrias, calúnias e difamações irresponsáveis proferidas pelo sr. Antônio Ribeiro, jornalista, que em entrevista ao site da respeitada entidade religiosa VINACC - Visão Nacional para a Consciência Cristã, não poupou críticas injuriosas e calúnias levianas e difamatórias, sem nenhuma prova concreta, de forma direta e indireta, contra a nossa entidade e contra a pessoa de nosso presidente, o sr. Davi André Farias de Meneses.

A nossa Associação é uma entidade que promove o evento Encontro Judaico Amigos da Torá, evento anual nacionalmente reconhecido realizado no período carnavalesco e que já faz parte do calendário turístico de Campina Grande, onde o próprio sr. Antônio Ribeiro foi um dos idealizadores e organizadores até a sua 2ª Edição. Pela repercussão desse evento, a nossa Associação já foi homenageada e somos reconhecidos pelas respeitadas Câmara Municipal de Vereadores e Prefeitura Municipal de Campina Grande e pelo Governo do Estado da Paraíba. Além disso, realizamos periodicamente diversas ações sociais de apoio aos pobres e necessitados, ao hospital da FAP, ao Lar São Vicente da Paula, ao Orfanato de Esperança, entre outros. Mantemos ainda, em nossa sede, um centro de estudos de cultura e educação religiosa judaica destinado à jovens e adultos. Promovemos a cultura e a religião judaica em nossa região, fatos já conhecidos por toda cidade e imprensa local. Em nossos eventos, promovemos palestras educativas e já trouxemos pessoas reconhecidamente judias como a renomada Doutora Professora e Pesquisadora Anita Novinsky, a psiquiatra Ilana Novinsk, a sobrevivente do holocausto e escritora Rita Braum e tantos outros, que, publicamente, deram os seus depoimentos e reconhecem os nossos esforços e a nossa seriedade, sendo inconcebível aceitar que, pessoas respeitadas como estas, com anos de experiências de vida e sofrimentos, gozando de plena lucidez mental, de respeitada formação acadêmica, de profundos sentimentos, vivências, conhecimentos culturais judaicos venham, como esses irresponsáveis afirmam, deixarem-se enganar por nós. Em nossa opinião, isso é uma afronta à inteligência e sabedoria destas ilustres pessoas. Somos uma entidade que tem e dá frutos e não vivemos de blá-blá-blá.

Queremos nesta carta questionar com todo o respeito a forma, aparentemente tendenciosa, repetimos, APARENTEMENTE tendenciosa da entrevista que a VINACC realizou, pois as perguntas feitas ao sr. Davi André foram em relação à sua opinião e posição à respeito do programa televisivo da rede Globo, o Big Brother Brasil 10 – BBB10, onde apenas 3 perguntas das 16 foram em relação ao sr. Antônio Ribeiro e em nenhuma momento as resposta atingiram à pessoa do sr. Antônio Ribeiro, nem em sua conduta, nem em sua honra, nem em sua ética profissional e nem em seu caráter. Somente em uma pergunta o sr. Davi André tocou no nome do sr. Antônio Ribeiro e, ainda assim, tratou apenas de sua relação com este senhor sem, no entanto, ofendê-lo, porém, em posição contrária, das 14 perguntas feitas ao sr. Antônio Ribeiro, 10 foram em relação à pessoa do sr. Davi André e em todas ele o ofendeu e desrespeitou o seu caráter, mostrando um desequilíbrio emocional, senão mental, temperado de ódio.

A polêmica gerada a partir de uma matéria do dito jornalista no Jornal Diário da Borborema veiculada no dia 10/03/2010, intitulada, “Rejeição Ecumênica do BBB10”, surgiu quando o sr. Davi André questionou-o sobre a afirmação do subtítulo do artigo, que representantes religiosos, inclusive a judaica, engrossaram o coro na mobilização contra o programa citado, quando a pessoa de Damião Rodrigues, que nem judeu é, foi citado como representante da comunidade judaica local. Outro ponto da polêmica foi o conteúdo da opinião dada pelo sr Damião Rodrigues que, sob a nossa óptica, teve caráter insinuativo fundamentalista e intolerante, ao afirmar que "Tudo que é contrário ao Torah deve ser abortado... e... rejeitado". Ou seja, baseado nessas palavras infelizes, podemos também afirmar que os homossexuais devem ser mortos? Que os cristãos (pois não guardam o sábado, portanto sendo contrário a Torá) devem ser apedrejados? Ou que os praticantes da umbanda, quimbanda e candomblé devem ser queimados nas fogueiras como bruxos e feiticeiros? Os quiromantes, cartomantes, numerólogos, astrólogos, adivinhos e os que consultam os mortos (necromantes), devem ser igualmente apedrejados? Deixamos claro que não estamos pondo todas essas diferenças de credos e práticas em uma mesma prateleira, mas que essas diferenças são contrárias ao que está escrito na Torá, sendo assim, passíveis de condenação sumária baseado nesta opinião infeliz.

A nossa Associação, desde quando foi legalmente fundada, vem seguindo o modelo das comunidades judaicas reformistas e moderadas, e tem trabalhado pela tolerância às diversidades, bem como se preocupado e usado todos os meios legais e democráticos para tentar coibir qualquer tipo de incitação intolerante, quer seja religiosa, étnica, cultural, opção sexual, econômica e ideológica em nossa Cidade e Estado sem, no entanto, fazer uso de artifícios baixos e ilegais como a calúnia, a difamação, as injúrias e as perseguições, ferramentas estas que justamente estão sendo usadas contra nós e ao nosso presidente pelo senhor Antônio Ribeiro, jornalista e líder do grupo de estudos denominado “B'nei Avraham”, que nos parece, nem ser legalmente constituído até a presente data da emissão desta carta.

Uma de nossas grandes preocupações é que, com este fato ocorrido, tendências fundamentalistas e desequilibradas estão se aportando em nossa Cidade. Nesse caso, o fundamentalismo judaico. É este tipo de fundamentalismo que apóiam grupos religiosos extremistas em Israel que perseguem os cristãos e que, na cidade de Arad, queimaram milhares de Novo Testamento em praça pública, fato este repudiado pelos principais órgãos e entidades judaicas de Israel e do mundo, remontando, às avessas, a cena da queima de rolos da Torá e de Talmudes no passado pela Inquisição Católica e dos partidários hitlerianos.

Diante disso, em carta aberta a imprensa, nosso presidente deu a sua opinião sobre a questão do BBB10 e até onde a religião deve interferir na vida das pessoas de uma nação que é laica intitulado: "O País é laico, não leram a Constituição?" Esta divergência ideológica, parece-nos, que causou no sr. Antônio Ribeiro um sentimento de ódio e perseguição aberta à pessoa de nosso presidente e, por conseguinte, à nossa instituição, mesmo que não se tenha, em momento algum, havido críticas de nossa parte ou do sr. Davi André, à pessoa desse jornalista ou à sua conduta profissional, mas às idéias que o sr. Damião Rodrigues, membro do grupo de estudos liderado pelo referido jornalista, expressou como representante, portanto, subjetivamente, líder, em nome do judaísmo local, fato este desconhecido por todos. Como sabemos que o sr. Antônio Ribeiro afirma não nos reconhecer como entidade judaica, direito que lhe assiste como ser pensante, questionou: por que o mesmo não foi imparcial e não buscou a opinião dos membros de outro grupo judaico de Campina Grande que é até mais antigo que o dele – o Grupo Maguem David? Será que ele não os procurou porque também já é dissidente deste grupo, assim como foi do nosso, e também das igrejas cristãs que já participou? E por que não procurou os representantes judaicos do nordeste da sinagoga da cidade do Recife? Talvez seja porque esses também não o consideram! Já que ele mostra ter relações com o grupo de judaico de Natal/RN, por que não consultou o líder daquela comunidade na pessoa do sr. Yohanan Medeiros? Ficam aqui várias dúvidas no ar!

Em relação à conversão dos judeus membros de nossa Associação, queremos publicamente deixar claro que, particularmente o nosso então presidente, o sr. Davi André Meneses, dirigiu-se aos Estados Unidos, depois de cumprir todos os trâmites legais exigidos pelo rabinato, sendo entrevistado por um tribunal rabínico (Beit Din) formado por três rabinos reunidos na presença do ETERNO, foi aceita a sua conversão juntamente com a de sua família. A instituição que emitiu os devidos documentos é uma respeitada sinagoga norteamericana reconhecidamente judaica, sendo ele membro da mesma. Essa sinagoga é filiada a uma entidade que agrega mais de 800.000 judeus norteamericanos e mais outros milhares em vários países. O documento que o sr. Antônio Ribeiro afirma não existir é de conhecimento de todos os membros da Associação Judaica Amigos da Torá, visto e conferido. Portanto caberá ao jornalista provar suas afirmações perante o tribunal.

Quanto à afirmação do Sr. Antônio Ribeiro de que o Sr. Davi André havia sido destituído da representação religiosa do Professor Judá Ben Haim aqui no Brasil, esclarecemos que o jornalista distorceu as palavras deste professor. A representação do Professor Judá Ben Haim não tinha qualquer vínculo ou hierarquia religiosa com o Sr. Davi André e nem com esta Associação. O professor Judá Ben Haim declara em seu e-mail que não expulsou o Sr. Davi André de nenhuma instituição, pois ele não lidera qualquer movimento religioso, sendo apenas professor de duas instituições – uma em Israel e outra em Miami-EUA. A procuração por ele confiada ao Sr. Davi estava relacionada com o seu trabalho secular nos projetos de irrigação e, por não ter mais interesse em continuar com tais projetos aqui no Brasil, não via mais sentido e razão desta existir (o conteúdo original do e-mail pode nos ser solicitado). Infelizmente, o Sr. Antônio Ribeiro faltou com a verdade em reproduzir as palavras do Professor Judá Ben Haim na entrevista à VINACC, fazendo com que este professor lhe enviasse um outro e-mail pedindo-lhe que corrigisse a sua afirmação postada na dita entrevista, pois teve as suas palavras distorcidas pelo jornalista (e-mail original de correção pode nos ser solicitado), mas até a presente data o seu pedido não foi atendido.

Desde já rejeitamos todas as afirmações levianas deste jornalista que, além de não ter nenhum fundamento, o mesmo não possui nenhuma espécie de qualificação ou credencial judaica para emitir qualquer posição oficial sobre quaisquer assuntos, pois não tem competência para tal. Quanto à sua conduta em nossa congregação não temos nada a declarar de infame ou de mal exemplo, pelo contrário, afirmamos que este sempre se mostrou atuante, crítico e opinativo. Realmente ele saiu em paz por questões ideológicas que lhe é de direito, mas em nenhum momento a Associação se posicionou contra condenando-o, caluniando-o, difamando-o ou injuriando-o, quer oficialmente ou extra-oficialmente. Informamos também que o mesmo foi aluno da nossa Yeshivat (Grupo de Estudos de Cultura e Religião Judaica), mas abandonou o curso em seu decurso alegando-nos motivos particulares. Então, partindo desse princípio de não conclusão do curso, o Sr. Antônio Ribeiro não está qualificado a dar opiniões sobre o que cremos, sobre o que deixamos de crer ou o que praticamos de forma séria e relevante. Também, segundo o seu histórico em nossa Yeshivat, relata que o mesmo foi membro de uma respeitada entidade cristã, a Igreja Adventista da Promessa, portanto, de origem cristã.

Em relação à nossa Associação, tornamos público o seguinte: “Declaramos que a nossa comunidade é autônoma e tem direção própria e competente elegida pelos seus membros, todos adultos e mentalmente sãos, não tendo que prestar constas a nenhum tipo de Federação ou Confederação Brasileira de Judaísmo, pois as nossas ligações são internacionais. Somos uma Associação Judaica, pois temos em nosso rol, cinco membros convertidos legalmente ao judaísmo, portanto, judeus em todos os seus principais requisitos (convertidos, circuncidados – os homens, cumpridores da Torá, registrados e ligados à uma sinagoga, esta nos Estados Unidos). Além desses, são membros diversos outros estudantes de judaísmo e descendentes dos b'nei hanussim (filhos forçados) que estão conhecendo o caminho do retorno. Deixamos claro ainda que a nossa Associação NÃO mantém contato ou ligação com associações ou sinagogas ligadas ao movimento judaico messiânico nacional ou internacional, nem representamos nenhum de seus líderes ou representantes.”

Portanto em nome do direito de resposta que nos assiste nos sentimentos ofendidos e tendo sido ofendida a instituição, consequentemente, todos os seus membros, tornamos público que medidas cabíveis e legais serão tomadas contra este senhor, e que um dossiê já se encontra em mãos do nosso departamento jurídico que o levará ao tribunal para responder cível e criminalmente para provar o que declarou na entrevista à VINACC e/ou outros veículos de comunicação. Ainda, no mesmo direito de resposta que nos assiste como Associação civilmente constituída, representada pelo sr. Flávio Jorge Miranda Pimentel, vice-presidente em exercício da presidência da Associação Judaica Amigos da Torá nesta data, referente ao que julgamos imparcialidade nas perguntas elaboradas pelo site da VINACC às entrevistas, como já exposto anteriormente no 3º parágrafo, pedimos à essa respeitada entidade que publiquem esta carta de repúdio na íntegra em vosso site.

Deixamos um provérbio judaico para a reflexão de todos: “Enquanto a caravana passa, os cães ladram”.
Sem mais,

Flávio Jorge Miranda Pimentel
Vice-Presidente em exercício da Presidência, na presente data,
da Associação Judaica Amigos da Torá,

em Campina Grande, PB, 21 de março de 2010.

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