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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Brasil - Diagnóstico de um povo!

Analfabetismo, violência doméstica, desemprego, fome, delinqüência infanto-juvenil, favelização... Apesar das propagandas oficiais tentarem passar para nós uma imagem edênica do país, não precisamos ir muito longe de casa para ver que estes vocábulos ainda fazem parte do dia a dia de milhões de brasileiros.
É claro que os multifacetados problemas sociais que nos atingem do Oiapoque ao Chuí têm diversas origens; mas, sem querer ser simplista em minha abordagem, devo dizer que eles são efeitos de três causas maiores, sobre as quais discorro a seguir:
1. Enfraquecimento das famílias – Converse com um menor infrator e você logo descobrirá que ele geralmente vem de uma família marcada por violência doméstica e também pela absoluta falta de valores necessários a uma convivência digna dentro e fora de casa. Devido à ausência (ou presença abusiva) dos pais, estas crianças crescem sem limites, sem noção de autoridade.
Em lares mais abastados, onde cada um tem seu quarto, sua TV, seu computador e seus games, a realidade não é muito diferente; pois os pequenos vivem em um contexto dentro do qual não se discute conceitos de certo e errado nem sobra tempo para reuniões familiares.
Além disso, pais que vivem longe dos filhos por motivo de trabalho ou de divórcio acabam por querer compensar a distância de forma equivocada, dizendo sempre sim às exigências destes, levando-os a pensar que podem tudo.
Doutrinados apenas pela nem sempre sadia programação televisiva, esses garotos e garotas são como bombas-relógios, programadas para explodir mais tarde em forma de adultos que não saberão respeitar o direito dos outros.

2. Estado ineficiente – Somos um povo com mais de quinhentos anos de história, vasta extensão de terras agricultáveis, água em quantidade satisfatória, rico em recursos minerais, e, mesmo assim, as desigualdades sociais continuam acentuadas.
O Estado tem falhado em sua obrigação de oferecer serviços públicos de boa qualidade nas áreas de saúde, segurança e educação. Motivo? Esse mesmo Estado, muitas vezes, é feito por pessoas descomprometidas e corruptas, escolhidas por eleitores igualmente descomprometidos e corruptos.
Se por um lado não precisamos gritar o grito dos que vivem debaixo de ditaduras, por outro lado, precisamos admitir que a mãe gentil necessita urgentemente de eleitores sérios!

3. Religiosidade sem Deus – Somos um país de Estado laico e ao mesmo tempo livre, diversificado e tolerante no que diz respeito às questões de fé. Aqui, faço uma pausa em minha argumentação para dizer que esta é uma das melhores coisas que pode acontecer a um povo. As liberdades de expressão e de culto são troféus que para sempre devem ser guardados e protegidos pelos nossos legisladores!
Quando falo de religiosidade sem Deus, estou querendo dizer que ver igrejas apinhadas de gente nos finais de semana, nem sempre significa dizer que Deus está sendo buscado em sua essência.
Muita gente vai à missa ou ao culto somente para buscar a solução de problemas do dia a dia. Dessa forma, suas orações parecem mais uma extensa lista de compras, durante as quais pedem a benção de Deus, sem, entretanto, demonstrar interesse pelo Deus da benção.
Dentro desse tipo de religiosidade, não há procura por questões outras. Como Deus gostaria que eu me relacionasse com Ele, comigo mesmo, com a natureza e com meu próximo?
Sem a busca dessas respostas, estamos edificando sobre areia. Assim, a casa cai e fica difícil fazer a diferença que é necessária para um Brasil melhor...

Pastor Humberto de Lima

http://www.vinacc.org.br/

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