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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O caso Lula - Os Perigos do desconhecimento da Palavra de Deus

O ex-Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sempre loquaz e temerário em seus pronunciamentos timbrados pelo selo do desplanejamento e da improvisação, voltou a fazer das suas. Num ato público, salvo engano em território baiano, embalado pela força crescente da sua impressionantemente crescente popularidade, Lula, numa ostensiva demonstração de desconhecimento da Palavra de Deus, atribuiu às elites gananciosas do país, palavras e conceitos que, na realidade, foram proferidos pelo Senhor Jesus Cristo, sendo encontrados nas inspiradas páginas do santo livro de Deus: a Bíblia Sagrada, mais precisamente nos relatos empreendidos pelos evangelistas acerca da vida e da obra do Filho de Deus.

Que palavras foram essas? Contextualizemos. Um jovem rico aproximou-se do Senhor Jesus Cristo e, aparentando ser portador de vivo interesse pelo destino eterno da sua alma, “perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Lucas 18.18b). Jesus respondeu-lhe que observasse os mandamentos da lei de Deus e os cumprisse.


Não se dando conta de que a lei de Deus, ao ser projetada em seu coração, revelaria a profunda miserabilidade nele imperante e a sua absoluta inabilidade para prover redenção para si mesmo, o jovem rico, cheio de justiça própria, arrematou: “tudo isso tenho observado desde a minha juventude” (Lucas 18.21b). Referia-se ele aos mandamentos para não adulterar, não matar, não furtar, não proferir falso testemunho, honrar o pai e a mãe, dentre outros presentes no decálogo divino.

Diante da presumida autossuficiência do abastado jovem, Jesus deu o golpe final em suas malogradas pretensões de conquistar o céu por seus supostos merecimentos: “Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me” (Lucas 18.22b).
O jovem, então, rapidamente, transitou da autoconfiança e da soberba espiritual para o desânimo, num átimo de tempo e, porque era detentor de alentados recursos financeiros, “ficou muito triste, porque era riquíssimo” (Lucas 18.23b). Como se observa, o jovem rico, que se vangloriava de ser um guardador fiel de toda a lei de Deus, foi sumariamente reprovado, logo ao ser confrontado com o primeiro mandamento, no qual somos exortados a não abrigar em nossos corações nenhum ídolo que, indevidamente, teime em roubar a glória e o louvor somente a Deus devidos.

Jesus Cristo finaliza o diálogo com o jovem rico, sentenciando: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (Lucas 18.25). Ilustra Jesus aqui, exemplarmente, a incontestável verdade, segundo a qual a salvação reside unicamente, indisputavelmente, na superabundante graça de Deus, jamais na pseudocapacidade do homem em salvar-se a si mesmo, por meio de fazeres que o tornem meritório aos olhos do Senhor.

Demonstrando completo desconhecimento da Escritura Sagrada, o ex-mandatário máximo da república brasileira atribuiu aos homens o que, na verdade, foi e é uma palavra de Deus proferida por seu Filho Jesus Cristo, que também é Deus. Disse mais o ex-Presidente Lula. Disse que não queria o céu que vem depois da morte, para os filhos de Deus, obviamente, mas sim o céu aqui na terra, traduzido por uma vida de absoluto fausto e ausência plena de qualquer privação material.

A Escritura Sagrada é pródiga, ao tratar de pessoas que raciocinam assim, de modo tão desconectado dos verdadeiros valores do reino de Deus. Referindo-se a um homem muito rico, que elegeu como projeto existencial mais privilegiado o comer, o beber, o folgar e o regalar-se, expressões próprias de quem faz do culto desmedido aos prazeres o seu inarredável estilo de vida, Jesus Cristo o admoestou de maneira solene e tremendamente séria: “Louco! Esta noite te pedirão a tua alma e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.20b). Procede, de igual modo, do Filho de Deus, a lancinante indagação: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”.

O popular político brasileiro certamente nunca parou para meditar nessas palavras. Também não cogitou da realidade de muitos que, embora abarrotados de dinheiro por todos os lados, já começaram a experimentar, aqui e agora, o parcial inferno de vidas destroçadas, mergulhadas no abismo sem fim do sedutor e mortífero pântano do pecado. Corações vazios, sem paz, “sem esperança e sem Deus no mundo”, como pontua o apóstolo Paulo na epístola que endereçou à comunidade da cidade de Éfeso. Que o digam as celebridades cujo mundo de fama, glamour e ostentação em que vivem não passa de frágeis disfarces para o atroz flagelo espiritual que as consome no tempo e que as consumirá, para sempre, na eternidade, a menos que, confrontadas com a desafiadora mensagem do evangelho, arrependam-se dos seus pecados e unam-se a Cristo num ato de fé e irrestrita confiança na sua pessoa e no sacrifício salvífico que, graciosamente, Ele realizou no calvário em favor do seu povo.

Das insensatas palavras proferidas pelo ex-Presidente Lula fica, dentre outras coisas, uma lição digna de ser aprendida. Como bem falou Jesus Cristo, ao corrigir equivocadas concepções teológicas exponenciadas pelos saduceus: “Errais não conhecendo as Escrituras e não o poder de Deus”. A advertência escriturística vale para Lula, para mim e, por extensão, para todos os seres humanos. Que Deus nos livre da incúria bíblica e que, como o salmista, possamos dizer acerca da Palavra de Deus: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!” (Salmo 119.97). SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.

Por Prof. José Mário da Silva
Docente da UFCG e Presbítero da Igreja Presbiteriana de Campina Grande

Um comentário:

  1. Muito bom o seu blog, estive a percorre-lo li alguma coisa, porque espero voltar mais algumas vezes,
    deu para perceber a sua dedicação em partilhar o seu saber.
    Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante.
    E se gostar e desejar comente.
    Como já estamos perto do Natal, desejo-lhe um Natal Feliz e cheio de paz e saúde.
    Que Deus vos abençõe e guarde.
    António.
    http://peregrinoeservoantoniobatalha.blogspot.pt/

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